Uma mensagem recebida da querida amiga Jacqueline
Santos Guimarães, de Ribeirão Preto, companheira do amigo/irmão Walter Braga
Júnior, logo após a morte de nossa mãe, nos calou fundo, servindo-nos como uma
profunda reflexão. Por considerá-la uma verdadeira mensagem de fé e vida
aqui a reproduzimos :
Flores de saudade
Se pretendemos cultuar a memória de familiares queridos, transferidos para o Além, elejamos o local ideal: nossa casa.
Usemos muitas flores para enfeitar a Vida, no
aconchego do lar: nunca para exaltar a morte, na frieza do cemitério.
Eles preferirão, invariavelmente, receber nossa
mensagem de carinho, pelo correio da saudade, sem selagem fúnebre.
É bom sentir saudade. Significa que há amor em nossos
corações, o sentimento supremo que empresta significado e objetivo à
existência.
Quando amamos de verdade, com aquele afeto puro e
despojado, que tem nas mães o exemplo maior, sentimo-nos fortes e resolutos,
dispostos a enfrentar o Mundo.
E talvez Deus tenha inventado a ilusão da morte para
que superemos a tendência milenar de aprisionar o amor em círculos fechados de
egoísmo familiar, ensinando-nos a cultivá-lo em plenitude, no esforço da
fraternidade, do trabalho em favor do semelhante, que nos conduz às realizações
mais nobres.
Não permitamos, assim, que a saudade se converta em
motivo de angústia e opressão.
Usemos os filtros da confiança e da fé, dulcificando-a
com a compreensão de que as ligações afetivas não se encerram na sepultura. O
Amor, essência da Vida, estende-se, indestrutível, às moradas do Infinito,
ponte sublime que sustenta indelével, a comunhão entre a Terra e o Céu...
Há, pois, dois motivos para não cultivarmos tristeza:
Sentimos saudade - não estamos mortos...
Nossos amados não mortos - sentem saudades...
E se formos capazes de orar,
contritos e serenos, nesses momentos de evocação, orvalhando as flores
da saudade com a bênção da esperança, sentiremos a presença deles entre nós,
envolvendo suavemente nossos corações com cariciosos perfumes de alegria e
paz.